Entendemos por Pastoral Social, no singular, a solicitude de toda a Igreja para com as questões sociais. O termo Pastorais Sociais constituese em ações voltadas concretamente para os diferentes grupos ou diferentes facetas da exclusão social.
Já o Setor Pastoral Social, tem duplo caráter: por um lado, representa uma referência para toda a ação social da Igreja, em termos de assessoria, elaboração de subsídios e reflexão teórica. Por outro lado, é um espaço de articulação das Pastorais Sociais e Organismos que desenvolvem ações específicas no campo sócio-político.
O QUE É PASTORAL SOCIAL
A Pastoral Social tem como finalidade concretizar em ações sociais e específicas o cuidado da Igreja diante de situações reais de marginalização. Os textos bíblicos destacam em suas páginas alguns rostos que têm a predileção do amor de Deus. São rostos anônimos, os quais, em função do trabalho pastoral, vão recuperando o nome e a história na medida em que são assumidos com amor.
A Pastoral Social é essa solicitude da Igreja voltada especialmente para a condição sócio-econômica da população. Hoje como ontem, ela se preocupa com as questões relacionadas à saúde, à habitação, ao trabalho, à educação, enfim, às condições reais da existência, à qualidade de vida. “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10).
Resumindo, a dimensão sócio-transformadora da ação da Igreja é constituída de quatro aspectos complementares e indissociáveis: sensibilidade para com os fracos e indefesos, solidariedade frente a determinadas emergências, profetismo no combate à injustiça e espiritualidade libertadora.
OBJETIVO GERAL
As Pastorais Sociais integram, junto com outros Organismos e setores, a exigência do Serviço na ação evangelizadora da Igreja no Brasil. Assim, entende-se que o Objetivo Geral dessa dimensão é “contribuir, à luz da Palavra de Deus e das Diretrizes Gerais da CNBB, para a transformação dos corações e das estruturas da sociedade em que vivemos, em vista da construção de uma nova sociedade, o Reino de Deus”.
A Pastoral Social, por sua vez, tem como objetivo desenvolver atividades concretas que viabilizem essa transformação em situações específicas, tais como o mundo do trabalho, a realidade das ruas, o campo da mobilidade humana, os presídios, as situações de marginalização da mulher, dos trabalhadores rurais, dos pescadores, e assim por diante.
Evidente que a Pastoral Social não tem o monopólio da transformação social e da busca de alternativas. Outras pastorais e dimensões da Igreja também trabalham na mesma direção, inclusive outras Igrejas, cristãs ou não, preocupam-se pela transformação das estruturas injustas da sociedade.
ESTRUTURA
Atualmente a estrutura da CNBB organiza-se em 10 Comissões Episcopais de Pastoral. As Pastorais Sociais situam-se na Comissão para o Serviço da Caridade da Justiça e da Paz e tem no serviço a sua exigência evangelizadora predominante. Em nível nacional, esta Comissão reúne sob sua articulação catorze Pastorais e quatro Organismos.
As Pastorais são as seguintes: Pastoral Operária, Pastoral do Povo de Rua, Conselho Pastoral dos Pescadores, Pastoral dos Nômades, Pastoral da Mulher Marginalizada, Pastoral do Menor, Pastoral da Saúde, Serviço Pastoral dos Migrantes, Pastoral Afro-brasileira, Pastoral Carcerária, Comissão Pastoral da Terra, Pastoral da Sobriedade, Pastoral da Pessoa Idosa e Setor da Pastoral da Mobilidade Humana.
Os organismos são: Cáritas Brasileira, IBRADES (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social), CERIS (Centro de Estatísticas Religiosas e Investigações Sociais), Pastoral da Criança e CBJP (Comissão Brasileira de Justiça e Paz).
4.ª Semana Social Brasileira
Com o objetivo de articular as forças sociais do país, fazer um diagnóstico da sociedade brasileira, identificar seus principais desafios e buscar alternativas conjuntas e viáveis, a 4.ª SSB é um espaço na construção de um Projeto Nacional. Busca-se um Brasil e um mundo economicamente justo, politicamente democrático, socialmente eqüitativo e solidário, cultural e religiosamente plural e ambientalmente sustentável. Trata-se de um processo que se estende de 2004 a 2006, envolvendo entidades, movimentos sociais, dioceses e organiza ções em geral.
A SSB faz acontecer o Mutirão por um novo Brasil, com o tema:
Articulação das Forças Sociais participando da construção do Brasil que queremos. www.semanasocialbrasileira.org.br
PASSOS PARA ORGANIZAR UMA PASTORAL SOCIAL
Para cada face da exclusão existe uma pastoral social específica. E se não existe, é interessante criar um serviço de presença evangélica e de atuação pastoral, que, com o tempo, pode vir a se tornar uma nova pastoral social.
1. O ponto de partida de qualquer ação é uma tomada de consciência da realidade local, com atenção especial para os grupos que mais sofrem o peso da exclusão. Esta conscientização da realidade pode ser feita através de visitas pastorais, de pesquisas e levantamentos ou de um trabalho científico, com assessoria de organismos apropriados, como já acontece, em muitas comunidades, por ocasião da Campanha da Fraternidade.
2. Criação de uma equipe de base que acompanhe de perto essa situação específica ou categoria de pessoas marginalizadas. Essa equipe, como sugere o nome, é responsável pelo trabalho de base, de visita. Marca presença nos lugares onde são identificados tais rostos.
3. A partir dessa presença e acompanhamento, o terceiro passo é desenvolver atividades de apoio e solidariedade aos movimentos sociais e à luta por melhores condições de vida e trabalho, o que significa uma ação lenta e persistente de conscientização, organização e mobilização.
4. As diversas equipes de base das pastorais específicas devem promover encontros conjuntos da Pastoral Social, reunindo-se com certa freqüência, seja em nível comunitário e paroquial, seja em nível diocesano e regional. Tais encontros servem para trocar experiências, traçar metas comuns e planejar atividades gerais.
5. O quinto passo diz respeito à integração entre as pastorais. Neste caso é necessário escolher lideranças e agentes que possam encontrar-se nos diversos níveis para coordenar as ações conjuntas. Lembramos ainda a articulação com as Pastorais Sociais da CNBB.
http://www.pime.org.br/missaojovem/mjevanggeralsocial.htm